01/06/2022
A G1 trouxe a seguinte notícia: Biólogo descobre rede nacional de tráfico de abelhas com valores que chegam a R$ 5 mil.
Foram localizados vendedores em 85 cidades brasileiras, sendo quatro delas no ES: Vila Velha, Pinheiros, Aracruz e Rio Bananal. No total, foram feitos 308 anúncios na internet para o tráfico dos insetos.
O biólogo Antônio F. Carvalho, pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), em Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo, realizou um estudo que desvendou uma rede on-line de tráfico de abelhas sem ferrão em todo o Brasil, com valores que variam de R$ 700 a R$ 5 mil, sendo comercializadas em caixas de madeira de diversos modelos ou em iscas de garrafas pet.
Os ninhos são retirados da natureza e as abelhas são levadas para longas distâncias, sobretudo para localidades fora das áreas de onde são nativas.
Além das abelhas produtoras de mel, também são vendidas ilegalmente espécies sem potencial para a produção melífera, como a boca-de-sapo (Partamona helleri) e mombucão (Cephalotrigona capitata), cujo mel não apresenta sabor palatável.
“Parasitas podem ser levados ‘na carona’ com essas colônias, afetando populações de abelhas nativas e manejadas, e as condições climáticas nas novas localidades podem não ser adequadas para as espécies, o que também colabora com o alto potencial de perda de colônias”, destacou Antônio.
Segundo o Inma, o tráfico dessas espécies para regiões em que não são nativas facilita a disseminação de parasitas e predadores, o que contribui para o desaparecimento das abelhas.
Entre as espécies mais cobiçadas para a venda ilegal estão a uruçu-capixaba (Melipona capixaba) e a uruçu-nordestina (Melipona scutellaris), abelhas em perigo de extinção.
“É preciso que os meliponicultores – os principais prejudicados por doenças e pragas de abelhas – entendam que ao comprar ninhos de outras áreas de forma ilegal estão colocando suas abelhas nativas em perigo. Levar abelhas da Amazônia para a Mata Atlântica, por exemplo, é uma das medidas que mais contribuem para o desaparecimento de populações desses insetos, uma realidade que ocorre sem punições e, infelizmente, está às nossas vistas – à distância de um clique”, concluiu o biólogo.
Para realizar as vendas das espécies de forma legal, criadores devem estar cadastrados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou em um órgão de fiscalização estadual, e são obrigados a emitir uma Guia de Trânsito Animal (GTA) para cada colônia comercializada.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) do ES informou que não localizou nenhuma denúncia sobre tráfico de abelhas no estado. O Iema ressaltou ainda que denúncias sobre casos podem ser feitas por meio do telefone (27) 3636-2599 ou pelo site https://servicos.iema.es.gov.br/denuncia/. Fonte: G1 – 01/06/2022
Fonte: G1 – 01/06/2022